A pastoral da Igreja no Documento de Aparecida


A V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, ou Conferência de Aparecida, realizada em Aparecida, SP (13/05 à 31/05/ 2007) marcou de forma especial a caminhada da Igreja no subcontinente. Com o tema: “Discípulos e Missionários de Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida”, inspirado na passagem do Evangelho de João que narra “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6) a Conferência apresentou uma proposta inovadora e desafiante para a Igreja, principalmente no campo pastoral.

            Seguindo o método ver-julgar-agir, Aparecida partiu dos sinais dos tempos, presentes em uma realidade ambigua e contraditória para delinear seu caminha. O ponto ao qual se pretendeu chegar é o Reino de Deus: o que lhe é próprio e o que lhe é contrário. Quis a Conferência buscar caminhos para a promoção da vida para cada pessoa e para nossos povos. Para isto entendeu-se, à luz do Espirito Santo, que era preciso que a Igreja se colocasse em estado permanente de missão, o que exige, necessariamente, conversão pastoral e renovação eclesial. Por fim, o Documento propôs um itinerário à Igreja latina americana e caribenha, em quatro etapas, à luz da opção preferencial pelos pobres.
 
         Compreendendo que a pastoral reflete e fomenta a vida da e na Igreja. A Conferência de Aparecida optou claramente por uma pastoral missionária que exige conversão, opção pelos pobres e abandono da pastoral de mera conservação. Compreendendo pastoral como ação orgânica da Igreja, destacou e convocou cada fiel, com seu ministério específico, a lançar-se no desafio de ser sinal do Reino de Deus neste mundo como uma ação decididamente em prol da vida e comunhão de todos os filhos de Deus.

         Ser discípulo, para Aparecida, é uma graça e um compromisso que nos torna missionários. Por isso dizer discípulo de Jesus Cristo é, simultaneamente, dizer missionário. O missionário de Jesus Cristo é, respectivamente, discípulo, uma vez que é de Jesus que a missão nasce, pois Ele se tornou missionário do Pai, deixou a Igreja e esta continua sua missão. Tendo diante de si este paradigma, a Igreja da América Latina e do Caribe entendeu que no momento histórico que vivemos, faz-se necessário à Igreja, uma conversão, pois muitas vezes ela deixou de ser discípula no exercício da missão ou/e deixou de ser missionária no afã de ser discípula. Isto requer atitudes bem claras que correspondam a um sinal de vida plena para a realidade atual de nosso Continente, inclusive uma conversão das estrutruras eclesiais e pastorais.

         Assim, a proposta pastoral de Aparecida é bem explícita: passar da mera conservação para uma ação decididamente missionária. Uma pastoral com sentido e eficiência na Igreja latina americana e caribenha é uma pastoral que abandona estruturas caducas, deixa a mera conservação e se lança nas águas mais profundas de uma ação decididamente missionária. Que forma e valoriza os leigos, estabelece fraternidade entre a hierarquia com o povo e cria laçõs de comunhão comas outras espressões religiosas e sociais do meio em que se insere. Uma pastoral missionária, como pede e encoraja Aparecida, é aquela que opta e se dispõe a sair de si para ir ao encontro dos outros e então, apartir de Jesus Cristo, promover a vida plena e construir o Reino de Deus.

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