Franciscos e Franciscas

Conta a história
que São Francisco de Assis ouviu, no início de sua conversão, um apelo de
Cristo: “Francisco, reconstrói a minha Igreja”. Dali em diante, o menino
italiano começou um trajeto de descida. Descida até o mais miserável da realidade
humana. Nas feridas e na fome do pobre, ele reencontrou o sentido da vida:
viver é criar fraternidade. Ninguém mais pode ignorar a grandeza da vida deste povorello[1].
Hoje assistimos
um homem aparecer numa janela pedindo para ser chamado pelo mesmo nome. E ele é
o Papa. Vimos nesse homem um convite universal à vida simples e doada ao
próximo. Não sei como será seu pontificado, mas creio que seus gestos, como a
oração que fez por Bento XVI e o pedido da bênção ao Povo, revelam que aquela
fumaça que vimos na chaminé da Capela Sistina não vinha de fogo de palha, mas
de um sim convicto de que fé só tem sentido se leva cada pessoa a oferecer o seu
melhor para ver os outros felizes.
Nós católicos
estamos precisando de um sinal radical para o essencial: Cristo e o Reino
pregado por Ele. O papa falou em “humildade e alegria”. Que mais precisam
aqueles que seguem o Mestre do amor? Uma Igreja humilde, que beija o húmus da realidade humana e canta a
alegria de ser irmão de todo irmão. Uma Igreja que, antes de pregar a conversão
com palavras, a propaga pelo exemplo; uma Igreja que muda para permanecer
sempre a mesma; que perde para ganhar; que desce para subir à altura de seu
Senhor.

[1] Francisco de Assis também
ficou conhecido como "Il Povorello" de Assis por seu despojamento
total dos bens e recursos materiais, apesar de sua origem nobre.
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